É fato que algumas cidades dos estados de Minas Gerais e do Pará, principalmente, levam o “título” de municípios mineiros de acordo com sua vocação econômica, facilmente detectada nas abundantes ofertas minerais do Quadrilátero Ferrífero mineiro e no região aquecida de Carajás no For.
Embora muitas vezes contestado, é inegável que a indústria mineira proporciona desenvolvimento, promoção económica, frentes de trabalho diversificadas, oportunidades para uma enorme gama de profissões e principalmente conforto financeiro para os municípios onde os projetos mineiros estão instalados e onde acontece a sua dinâmica comercial.
Embora o tema da mineração seja bastante amplo, não é minha intenção entrar neste campo por agora, mas sim refletir sobre a eficácia do discurso de que a atividade turística pode realmente contribuir para a diversificação económica, especialmente nas cidades mineiras.
Na primeira metade da década de 90, surgiu a AMIG – Associação dos Municípios Mineiros de Minas Gerais, entidade setorial que é uma “sociedade sem fins lucrativos, fundada em 1989, com o objetivo de representar cidades que desenvolvem atividades de mineração junto ao poder público”, preocupada em antecipar as reações administrativas à realidade do fim das jazidas minerais, realizou um importante fórum, que reuniu os municípios filiados à entidade naquele momento, para discutirem juntos qual seria a melhor alternativa de diversificação econômica, além à exploração mineral, nestes territórios com a chegada do novo século, o XXI, que se aproximava. Estávamos todos aguardando ansiosamente a virada do milênio.
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O evento, muito conceituado pelas autoridades municipais e pela imprensa mineira, aconteceu ao longo de dois dias de intensas discussões em Itabirito, um dos vários municípios mineiros de Minas Gerais.
Carta de Itabirito
Nesse sentido, a entidade que atua na defesa dos interesses e direitos dos municípios mineiros, com foco no desenvolvimento sustentável, gerando investimentos em qualidade de vida e priorizando recursos para infraestrutura, saúde, educação e preservação ambiental, após muitas reflexões, concluiu no final relatório deste encontro, a chamada Carta de Itabirito, que o turismo, na perspectiva econômica, surgiu como a grande alternativa para a diversificação da economia das regiões mineiras.
Conclusão importante, considerando a efetiva possibilidade de acabar com as jazidas minerais e aumentar naturalmente a geração de trabalho e renda, já que toda a região é muito rica em recursos naturais, hídricos e gastronômicos, com claras vocações para os segmentos de aventura e esportes radicais, religiosidade e eventos em geral.
A partir daí, iniciou-se o fortalecimento ou implantação de secretarias e órgãos gestores de turismo e cultura nas cidades em todos os municípios, que até então, com raras e honrosas exceções, viam o turismo como um setor gerador de renda.
Turismo ganha importância em MG
O panorama nas cidades era um pouco assustador, culturalmente, os gestores não davam atenção às secretarias de cultura e turismo e as viam como ferramentas secundárias, sem muito investimento em equipes qualificadas e muito menos em ferramentas de trabalho para que o desenvolvimento desses setores acontecesse . A segunda metade da década de 90 foi decisiva para a organização dos municípios e a ressonância desse processo em Minas Gerais foi a implantação na estrutura do governo estadual da SETUR – Secretaria de Estado do Turismo, que passou a focar no tema turismo, qualificou importância .
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A partir daí, começaram a ser formados governos regionais. A primeira Associação de Municípios criada para apoiar discussões técnicas no setor turístico, abrangeu também a região do Quadrilátero Ferrífero, onde estão Congonhas, Itabirito, Ouro Preto, Mariana, Caeté, Itabira, Bom Jesus do Amparo, Nova Lima e muitos outros. localizado. municípios cuja base econômica é baseada na mineração.
Esfera federal também vê valor do turismo
Posteriormente, o Governo Federal também tentou implementar o Ministério do Turismo, que, de forma exemplar, técnica e muito robusta, criou o Programa Nacional de Regionalização do Turismo, uma política pública que tem demonstrado bons resultados em diversas regiões do país e que teve em Minas No geral, os melhores exemplos de gestão organizada, orientada para o desenvolvimento e decidida a realmente fazer da atividade turística uma alternativa de diversificação da economia nos municípios mineiros.
Desde então, temos visto um intenso movimento com o estabelecimento de importantes parcerias entre o governo do estado e os municípios para que cada vez mais o turismo se consolide como um segmento econômico forte e, de fato, contribua para impulsionar a economia dos municípios, dos estados e do país. federação.
O turismo não substitui mas é uma alternativa económica
Sabemos que é uma utopia pensar que o turismo poderá substituir o retorno financeiro que chega aos municípios a partir das empresas mineiras, mas o importante é que se entenda, que vale a pena melhorar o nosso olhar para a combinação de ofícios, conhecimentos e pratica atividades culturais e transforma-as nos mais diversos produtos que promovem também o aumento da oferta turística disponível no nosso país.
Poderia comentar e citar inúmeros exemplos de reação qualificada à oferta de produtos turísticos competentes, competitivos e profissionalmente organizados em Minas Gerais e no estado do Pará.
Tenho trabalhado em muitas propostas de desenvolvimento para o sector e acompanho, dia após dia, o esforço de centenas de agentes que se dedicam à prática do fortalecimento económico local e regional, recorrendo a práticas de turismo comercial, mas penso que é mais importante dar ressonância às inúmeras iniciativas de estudo e condutas que têm sido percebidas nos governos municipais, nos órgãos estaduais, nas entidades comerciais e no mercado em geral, para que o turismo e seu enorme leque de possibilidades ocupem um espaço considerável na economia regional e nacional.
Aqui, na minha coluna no Portal Turismo.uai.com.br, já publiquei inúmeros exemplos que podem ser encontrados nos links disponíveis no portal. Foram diversas publicações que abrangem empreendimentos, novos destinos lançados, produção cultural, parcerias comerciais, organização de feiras e festivais sectoriais de turismo, instalação de Câmaras de Empresas Turísticas em organismos de desenvolvimento económico, etc.
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Tudo isso comprova que o segmento turístico tem atualmente seu crédito em ascensão no mercado e o movimento pós-pandemia demonstrou que, se tratada de forma competente e profissional, a atividade turística tem tudo para oferecer respostas rápidas em favor da maior crescimento económico. nos municípios, o que facilita a geração e circulação de divisas, aquecendo as cadeias produtivas, favorecendo os praticantes da economia informal, privilegiando os empreendimentos formalizados e mostrando a beleza e a concretude, nas diversas formas e frentes, com que o turismo se apresenta.
Tem muita coisa boa para ver, vivenciar e curtir intensamente.
Estados veem novas possibilidades no turismo
Embora atrasados, estamos entrando no período de inverno em Minas Gerais e já observamos como estão surgindo anúncios sobre eventos juninos, festas de inverno, arraiás e outras formas de celebrar as festas tradicionais da época. Estas ações certamente promoverão o aumento de receitas e a geração de bons resultados em todas as praças que forem realizadas e o melhor de tudo, dinamizando fortemente a cadeia produtiva do turismo e da cultura.
No estado do Pará, é clara a movimentação de municípios também em uma região mineira, visando a utilização do turismo, como alternativa para promover a qualificação de diversos setores importantes para a economia, mas principalmente resgatando fatos, elementos históricos, o poder e a exuberância da natureza na região amazônica e tudo isso, estruturado para o turismo, mas com a necessária pegada de sustentabilidade, que é tão importante.
Não me atrevo a responder se o turismo conseguirá realmente substituir a mineração como atividade económica, mas realmente não tenho a menor dúvida de que o turismo tem demonstrado a sua força e tem provocado melhorias na situação financeira de muitos municípios. Conhecendo, acho muito bom!
Por enquanto, seguimos observando, construindo caminhos, estruturando parcerias e contribuindo para que as políticas públicas sejam cada vez mais eficientes e colaborem com o ambiente de negócios, para que os resultados econômicos apareçam, corroborando o fortalecimento econômico das famílias brasileiras.
Por hoje é isso! Para o próximo.
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