No primeiro trimestre de 2024, o Brasil recebeu 2,53 milhões de turistas estrangeiros. Segundo a Embratur, o número supera em quase 10% os números dos três primeiros meses do ano passado. Esses visitantes deixaram um valor recorde de US$ 2,06 bilhões no país. Entre os principais mercados emissores do país, Chile, Uruguai, França, Alemanha, Reino Unido e Estados Unidos são alguns dos que registaram forte crescimento no número de turistas.
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Mas o que esses viajantes procuram no Brasil?
Segundo o presidente da MUDAR! Coletivo Brasileiro pelo Turismo Responsável e a hoteleira Tatiana Paixão, antes mesmo da pandemia, muitos viajantes estrangeiros começaram a vir ao Brasil em busca de diferentes oportunidades para o ecoturismo, nossa biodiversidade e o contato com diferentes culturas. “Percebemos que os viajantes americanos e europeus estão cada vez mais preocupados com os impactos que deixam localmente e valorizando experiências que retribuem, que chamam de devolvendo”, diz Tatiana.
O diretor do DMC Viare Viagens, Polyana de Oliveira, concorda: “Os viajantes internacionais não querem mais pacotes prontos, viagens em grupo, turismo de massa. Buscam experiências exclusivas, conexões conscientes com a natureza e trocas com moradores locais. É uma mudança que está ocorrendo gradativamente, mas acredito que quanto mais oportunidades de turismo responsável e sustentável tivermos no Brasil, mais essa demanda crescerá.” Polyana conta que fundou a Viare Travel justamente com o objetivo de transformar a visão superficial que os turistas estrangeiros tinham do Brasil. “Nossa proposta é trazer mais elementos, aprofundar e se aproximar da nossa cultura diversificada”, afirma a empresária que acaba de desenvolver, em conjunto com a agência britânica Black History Studies, um roteiro focado no afroturismo.
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Várias pesquisas recentes mostraram o aumento do interesse e do compromisso dos viajantes de todo o mundo com o turismo sustentável e responsável. De acordo com Relatório de viagens sustentáveis de 2024 da Booking.com, 75% dos viajantes afirmam querer viajar de forma mais sustentável nos próximos 12 meses. No entanto, 45% afirmam que embora viagens mais conscientes sejam importantes, a sustentabilidade não é uma consideração primordial ao planear uma viagem. Na prática, ainda existe uma grande diferença entre intenções e ações. O mesmo inquérito revela que 33% dos viajantes sentem que os danos já causados são irreversíveis e que as escolhas de viagem que fazem não irão alterar esta situação; 25% não acreditam que as alterações climáticas sejam tão graves; e 34% dizem que ser mais sustentável num destino que não implementa práticas de sustentabilidade parece inútil.
Para o CEO da Experiências Vivas, Marianne Costa, o Brasil avança na assunção de responsabilidades com diversas iniciativas que investem em um turismo mais sustentável e a Embratur lidera a agenda de promoção internacional do país. “O posicionamento do Brasil como destino comprometido com a sustentabilidade tem sido essencial para fortalecermos essa demanda e atrairmos cada vez mais viajantes conscientes”, afirma Marianne. “Muitos viajantes estrangeiros já trazem de casa suas práticas responsáveis e olhar para a sustentabilidade, buscando dar continuidade a essas atitudes durante suas viagens. O desafio deles é diversificar destinos e apresentar experiências pouco convencionais”, acredita a empresária.
No Gondwana Brasil, que trabalha com turismo de impacto positivo há mais de 20 anos, a percepção é que há três novas percepções e aberturas muito importantes no mercado internacional. “Temos visto tanto os profissionais do turismo quanto os viajantes entenderem que o caminho é construir juntos e precisam ouvir o que nós, como destino anfitrião, queremos e esperamos dos nossos visitantes. Hoje existe o entendimento de que também temos a nossa visão e a nossa forma de propor soluções de sustentabilidade”, afirma Daniela Meres, sócia da Gondwana. “Identificamos também que agora há mais abertura para pensar em roteiros e experiências alternativas que evitem grandes fluxos turísticos e priorizem propriedades e atividades que estejam dentro dos princípios e boas práticas do turismo responsável. Antigamente muitas destas coisas eram apenas faladas”, partilha Daniela Meres. Para a empresária, o maior desafio é desenvolver o entendimento de que construir uma cadeia de fornecedores verdadeiramente responsáveis exige muito trabalho e dedicação e tem valor. “Mas isso também está evoluindo”, diz ela.
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